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Oclusão Arterial Aguda

O que é a Oclusão Arterial Aguda?

A Oclusão Arterial Aguda é uma emergência médica grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo em uma artéria é interrompido de forma abrupta, geralmente devido à formação de um coágulo (trombo) ou ao deslocamento de um êmbolo (um coágulo que se desloca de outro local do corpo). Isso bloqueia a circulação do sangue rico em oxigênio para os tecidos, levando à isquemia (falta de oxigênio), o que pode causar a morte dos tecidos afetados em poucas horas, se não for tratada imediatamente.

A oclusão arterial pode ocorrer em qualquer artéria do corpo, mas é mais comum nas extremidades inferiores, afetando as pernas e os pés. Quando o fluxo sanguíneo é interrompido, o membro afetado começa a apresentar sinais de sofrimento, como dor intensa, palidez e perda de função.

Sintomas

A oclusão arterial aguda é caracterizada por um conjunto de sintomas conhecidos como os “6 Ps”:

  1. Dor (Pain): Dor súbita, intensa e constante na área afetada. Muitas vezes, a dor é descrita como insuportável.
  2. Palidez (Pallor): A área afetada pode ficar extremamente pálida devido à falta de circulação sanguínea.
  3. Pulso ausente (Pulselessness): Não há pulso detectável na artéria abaixo do local da oclusão.
  4. Parestesia (Paresthesia): Sensação de formigamento ou dormência na área afetada.
  5. Paralisia (Paralysis): O membro pode perder a função devido à falta de oxigênio nos músculos e nervos.
  6. Poeira (Poikilothermia): A área afetada pode estar fria ao toque, pois o fluxo sanguíneo é interrompido.

Esses sinais devem ser tratados como uma emergência médica, pois a rápida deterioração dos tecidos pode levar à necessidade de amputação ou até mesmo à morte se não for tratada rapidamente.

Causas

A oclusão arterial aguda pode ser causada por vários fatores, como:

  • Embolia: Um coágulo de sangue (êmbolo) pode se deslocar de outra parte do corpo, geralmente do coração, e bloquear uma artéria. Isso é comum em pessoas com fibrilação atrial ou após um infarto.
  • Trombose arterial: Coágulos podem se formar diretamente dentro da artéria devido ao estreitamento pré-existente (aterosclerose), onde depósitos de gordura nas paredes das artérias desencadeiam a formação de um trombo.
  • Trauma: Lesões graves podem danificar as artérias, levando à formação de coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo.
  • Aneurisma dissecante: Quando um aneurisma se rompe ou disseca, pode ocorrer oclusão da artéria.
  • Infecções: Infecções graves podem danificar as paredes arteriais e desencadear coágulos.

Complicações

Se a oclusão arterial aguda não for tratada de forma rápida e eficaz, pode levar a complicações graves, como:

  • Gangrena: A falta prolongada de fluxo sanguíneo pode causar a morte dos tecidos, resultando em gangrena, que muitas vezes exige amputação.
  • Necrose muscular: Os músculos afetados podem sofrer necrose (morte celular), comprometendo permanentemente a função do membro.
  • Insuficiência renal: A liberação de toxinas dos tecidos mortos pode sobrecarregar os rins e causar insuficiência renal aguda.
  • Amputação: Se o fluxo sanguíneo não for restaurado rapidamente, a amputação pode ser necessária para evitar a disseminação da infecção e da necrose.

Diagnóstico

O diagnóstico de uma oclusão arterial aguda é feito rapidamente devido à urgência do caso, baseando-se em:

  1. Histórico e exame físico: O médico avalia os sintomas clássicos da condição, como a dor intensa e a ausência de pulso.
  2. Angiografia: Um exame de imagem usado para visualizar as artérias e localizar o bloqueio.
  3. Ultrassom Doppler: Um teste não invasivo que usa ondas sonoras para avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias.
  4. Ressonância magnética ou tomografia computadorizada: Pode ser usada para obter imagens detalhadas do bloqueio e dos tecidos circundantes.

Tratamento

O tratamento imediato é crucial para salvar o membro e a vida do paciente. As opções de tratamento incluem:

1. Trombólise

Um medicamento trombolítico (para dissolver coágulos) é administrado diretamente no coágulo através de um cateter para dissolvê-lo e restaurar o fluxo sanguíneo. Esse método é eficaz, mas pode demorar algumas horas para apresentar resultados, o que o torna menos apropriado em casos graves.

2. Trombectomia

Em casos graves ou quando a trombólise não é eficaz, a trombectomia pode ser realizada, que é um procedimento cirúrgico para remover o coágulo da artéria.

3. Revascularização

Se a artéria estiver severamente danificada ou bloqueada por aterosclerose, pode ser necessário um procedimento de revascularização, como um bypass arterial, que envolve a criação de uma nova rota para o sangue fluir ao redor da área bloqueada.

4. Anticoagulantes

Após o tratamento inicial, os anticoagulantes são usados para prevenir a formação de novos coágulos e reduzir o risco de recorrência.

Prevenção

Prevenir uma oclusão arterial aguda envolve abordar os fatores de risco subjacentes:

  • Controle da hipertensão: Manter a pressão arterial sob controle reduz o risco de aterosclerose e trombose arterial.
  • Tratamento da fibrilação atrial: O uso de anticoagulantes em pacientes com fibrilação atrial pode prevenir a formação de êmbolos que causam oclusão.
  • Manter um estilo de vida saudável: Parar de fumar, controlar o colesterol e o diabetes, além de adotar uma dieta saudável e fazer exercícios, são fundamentais para prevenir problemas arteriais.

Diferença entre Oclusão Arterial Aguda e Trombose Venosa Profunda (TVP)

Embora tanto a oclusão arterial aguda quanto a trombose venosa profunda (TVP) envolvam a formação de coágulos sanguíneos, elas ocorrem em diferentes tipos de vasos sanguíneos e têm implicações distintas:

Localização

  • Oclusão Arterial Aguda: Ocorre em artérias, que são responsáveis por levar sangue rico em oxigênio do coração para os tecidos. Quando uma artéria é bloqueada, os tecidos não recebem oxigênio suficiente, o que leva à isquemia e pode causar danos irreversíveis em poucas horas.
  • Trombose Venosa Profunda (TVP): Ocorre em veias, que transportam sangue de volta ao coração. O bloqueio em uma veia, como nas pernas, causa inchaço e dor, e a principal complicação é a embolia pulmonar, quando um coágulo se solta e viaja para os pulmões.

Consequências

  • Oclusão Arterial Aguda: A falta de fluxo sanguíneo nas artérias leva à morte dos tecidos em poucas horas se não for tratada, podendo resultar em gangrena e amputação.
  • TVP: Embora a TVP cause dor e inchaço, o risco mais imediato é a embolia pulmonar. A falta de fluxo sanguíneo nas veias não leva à morte dos tecidos tão rapidamente quanto nas artérias.

Urgência

  • Oclusão Arterial Aguda: Requer tratamento emergencial imediato, geralmente cirúrgico, para restaurar o fluxo sanguíneo e salvar o membro ou a vida do paciente.
  • TVP: Embora também seja uma emergência, o tratamento costuma ser feito com anticoagulantes para prevenir a formação de mais coágulos e evitar complicações como a embolia pulmonar.

Como a Telemedicina Contribui no Tratamento da Oclusão Arterial Aguda

Embora a Oclusão Arterial Aguda seja uma emergência médica que requer intervenção imediata, a telemedicina desempenha um papel essencial, especialmente no reconhecimento e na coordenação de atendimento rápido. Durante uma consulta por telemedicina, o médico pode identificar os sintomas característicos da oclusão arterial e imediatamente tomar medidas essenciais para salvar o membro ou a vida do paciente.

Um dos principais benefícios da telemedicina nesse cenário é a capacidade de localizar o paciente rapidamente e, em seguida, coordenar o atendimento de emergência. O médico, ao suspeitar de uma oclusão arterial aguda, pode entrar em contato direto com os serviços de urgência da localidade do paciente e passar as informações clínicas relevantes diretamente ao médico regulador da equipe de emergência. Esse processo de comunicação imediata ajuda a acelerar a transferência do paciente para o hospital mais próximo e adequado, onde o tratamento pode ser iniciado sem atrasos, ganhando tempo precioso e reduzindo significativamente o risco de complicações graves, como a gangrena ou a amputação.

Quem escreveu esse artigo:

DR BRUNO RECH<br><span style="font-weight:400;font-size:1em;">CRMRS 53500</span>

DR BRUNO RECH
CRMRS 53500

Dr. Bruno é plantonista de urgência e emergência e realiza atendimento clínico através de um consultório online. Além de ser redator da Revista MedLine, é o responsável técnico na MedLine Telemedicina©, com mais de 8500 consultas realizadas.

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