Telemedicina

Revista

Seu guia definitivo de saúde e bem-estar.

Infecção Urinária – Cistite

O que é?

A cistite é uma infecção urinária localizada na bexiga, frequentemente causada por bactérias, sendo a Escherichia coli a responsável por aproximadamente 80% dos casos. Essa condição é mais comum em mulheres devido à anatomia do sistema urinário feminino, com a uretra mais curta e próxima ao ânus, o que facilita a entrada de bactérias no trato urinário. Embora mais prevalente no sexo feminino, homens, crianças e idosos também podem ser afetados, especialmente em situações de comorbidades, como o uso de cateteres ou obstruções urinárias.

Dados Epidemiológicos

A infecção urinária é uma das infecções bacterianas mais comuns em todo o mundo. Estima-se que cerca de 50% a 60% das mulheres terão pelo menos um episódio de infecção urinária ao longo da vida. Dentre essas, aproximadamente 20% experimentarão infecções recorrentes. Nos homens, a incidência de cistite é muito menor, mas aumenta significativamente com a idade devido a problemas relacionados à próstata, como a hiperplasia prostática benigna, que pode dificultar o fluxo urinário e aumentar o risco de infecção.

Estatísticas Globais:

  • A infecção urinária é responsável por 7 milhões de consultas médicas e 1 milhão de visitas a emergências anualmente apenas nos Estados Unidos.
  • No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a cistite representa aproximadamente 25% das infecções hospitalares e é uma das principais causas de absenteísmo no trabalho em mulheres jovens.
  • Em idosos, o risco de infecção aumenta devido ao uso de dispositivos médicos invasivos, como cateteres, e pela diminuição da capacidade do sistema imunológico. Entre os idosos institucionalizados, a prevalência de infecção urinária pode chegar a 50%, sendo frequentemente associada a condições subjacentes, como diabetes e demência.

Sintomas

Os sintomas da cistite são bastante característicos e podem variar de leve a grave, dependendo da extensão da infecção. Os sinais mais comuns incluem:

  • Disúria: Dor ou ardor ao urinar, sendo um dos primeiros indícios de infecção.
  • Polaciúria: Aumento da frequência urinária, mas com baixo volume de urina.
  • Urgência miccional: Sensação contínua de precisar urinar, mesmo com a bexiga vazia.
  • Hematúria: Presença de sangue na urina, que pode aparecer como urina rosada ou avermelhada.
  • Dor suprapúbica: Desconforto ou pressão na região inferior do abdome.
  • Urina turva ou com odor forte: A presença de bactérias pode alterar a cor e o cheiro da urina.

Causas

A principal causa da cistite é a colonização da bexiga por bactérias provenientes do trato gastrointestinal, sendo a Escherichia coli a bactéria mais comum. Outros microrganismos, como Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis, também podem causar a infecção, especialmente em pacientes hospitalizados. Fatores de risco incluem:

  • Relações sexuais: O ato sexual facilita a entrada de bactérias na uretra.
  • Má higiene íntima: A limpeza inadequada pode transferir bactérias da região perianal para a uretra.
  • Uso de cateter urinário: O uso prolongado ou inadequado de cateteres aumenta o risco de infecções.
  • Alterações hormonais: Mulheres na menopausa apresentam maior risco devido à redução de estrogênio, que altera a flora vaginal e a proteção natural contra infecções.
  • Obstruções urinárias: Cálculos renais ou hiperplasia prostática em homens podem dificultar o fluxo de urina e aumentar a proliferação bacteriana.

Complicações

Se não tratada, a cistite pode evoluir para condições mais graves, como:

  • Pielonefrite: Infecção que se espalha para os rins, causando febre, dor lombar e risco de danos renais permanentes.
  • Septicemia: A infecção pode entrar na corrente sanguínea, resultando em uma condição potencialmente fatal.
  • Danos renais: Infecções recorrentes ou mal tratadas podem prejudicar a função renal a longo prazo, especialmente em pacientes com comorbidades, como diabetes.

Diagnóstico

O diagnóstico da cistite é feito principalmente com base nos sintomas e na análise laboratorial da urina. Os principais exames incluem:

  • Exame de urina tipo I: Detecta a presença de leucócitos, bactérias e nitritos na urina, indicativos de infecção.
  • Urocultura: Confirma a presença de bactérias e identifica o tipo específico e sua resistência a antibióticos.
  • Exames de imagem: Em casos recorrentes, ultrassonografia ou tomografia pode ser utilizada para investigar anomalias estruturais no trato urinário.

Tratamento

O tratamento da cistite envolve o uso de antibióticos para eliminar a bactéria causadora da infecção. A escolha do antibiótico é baseada na sensibilidade bacteriana, determinada pela urocultura. Entre os antibióticos mais utilizados estão:

  • Nitrofurantoína
  • Sulfametoxazol-trimetoprima
  • Ciprofloxacino (usado em infecções mais graves)

Além dos antibióticos, é recomendado que o paciente aumente a ingestão de líquidos para auxiliar na “lavagem” do trato urinário. Em alguns casos, analgésicos são prescritos para aliviar a dor ao urinar. Infecções recorrentes podem requerer tratamento profilático com doses baixas de antibióticos.

Prevenção

Medidas preventivas são essenciais para reduzir o risco de infecções urinárias, especialmente em mulheres e indivíduos com histórico de cistite:

  • Higiene adequada: Limpeza correta da região genital (da frente para trás) após usar o banheiro.
  • Urinar após relações sexuais: Ajuda a eliminar bactérias que podem ter sido introduzidas durante o ato.
  • Ingestão adequada de líquidos: Manter-se bem hidratado dilui a urina e ajuda a eliminar bactérias.
  • Evitar o uso de produtos irritantes: Sabonetes e desodorantes íntimos podem alterar o pH vaginal, facilitando infecções.
  • Uso de estrogênios tópicos: Para mulheres na pós-menopausa, o uso de cremes ou anéis de estrogênio pode ajudar a prevenir infecções ao restaurar a flora vaginal.

Como nossos clínicos abordam via Telemedicina

A telemedicina tem se mostrado uma ferramenta eficaz no manejo de infecções urinárias como a cistite. O atendimento inicial é feito com uma anamnese detalhada, onde o médico questiona sobre os sintomas, histórico de infecções anteriores e fatores de risco, como o uso de cateteres ou alterações hormonais. Durante a consulta, o profissional pode solicitar exames laboratoriais, como o exame de urina tipo I e a urocultura, que podem ser realizados em laboratórios conveniados e os resultados enviados diretamente ao médico via plataforma digital.

Com base nos resultados, o médico pode prescrever o tratamento mais adequado, enviando a receita por via eletrônica. Além disso, são fornecidas orientações sobre a ingestão de líquidos, a importância da higiene íntima adequada e sinais de alerta para uma possível piora da condição, que pode exigir atendimento presencial. A telemedicina também permite um acompanhamento próximo de pacientes com infecções recorrentes, oferecendo consultas de seguimento para ajustar tratamentos profiláticos, se necessário.

Quem escreveu esse artigo:

DR BRUNO RECH<br><span style="font-weight:400;font-size:1em;">CRMRS 53500</span>

DR BRUNO RECH
CRMRS 53500

Dr. Bruno é plantonista de urgência e emergência e realiza atendimento clínico através de um consultório online. Além de ser redator da Revista MedLine, é o responsável técnico na MedLine Telemedicina©, com mais de 8500 consultas realizadas.

Ler outros artigos na Revista

ARTIGOS MAIS RECENTES

Virose Intestinal por Rotavírus: Tudo o Que Você Precisa Saber

O que é? A virose intestinal causada pelo rotavírus é uma das principais causas...

Uretrite: Sintomas, Causas, Diagnóstico e Tratamento

O que é Uretrite?  A uretrite é uma inflamação da uretra, o tubo que...

Úlcera Gástrica: O Que é e Como Tratar?

A úlcera gástrica, também conhecida como úlcera do estômago, é uma lesão que...

Tudo que Você Precisa Saber Sobre AVC e AVE: Reconhecimento, Diferenças e Cuidados

Introdução O Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o Acidente Vascular Encefálico...

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O que é TDAH?  O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é...

Transtorno Afetivo Bipolar: O Que É, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

O que é Transtorno Afetivo Bipolar?  O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é...

Superdotação e Altas Habilidades: Identificação, Desafios e Desenvolvimento

O que são Superdotação e Altas Habilidades?  Superdotação e Altas...

Sinusite: O Que é, Sintomas e Tratamento

A sinusite é uma inflamação dos seios paranasais, estruturas localizadas ao...

Síndrome do Pânico: Sintomas, Causas e Tratamentos

O que é Síndrome do Pânico?  A Síndrome do Pânico é um transtorno de...

© 2024 MedLine CNPJ: 50276137/0001-41

Responsável Técnico:
Médico Bruno Rech - CRMRS 53500