Azia, queimação, arrotos frequentes e até regurgitação de conteúdo alimentar: esses são sintomas típicos do que chamamos de Doença do Refluxo Gastroesofágico.
Em alguns casos, também pode ser a causa de tosse crônica, rouquidão ou dores de garganta recorrentes.
Por que isso ocorre?
Nosso tubo digestivo é composto pela cavidade oral (boca), esôfago, estômago e intestinos delgado e grosso. O esôfago é um órgão tubular que conecta a boca ao estômago. Na junção entre o esôfago e o estômago, temos um estreitamento muscular que impede o retorno do que comemos de volta para o esôfago. Quando esse mecanismo não está funcionando adequadamente, ocorre o refluxo. Como o conteúdo gástrico é ácido – o que permite a digestão dos alimentos – esse conteúdo ácido ocupa o esôfago, causando sintomas de azia e queimação.
Existem várias causas envolvidas no refluxo:
- Sobrepeso e obesidade aumentam a pressão dentro do abdome, o que facilita o enfraquecimento da musculatura esofágica, podendo causar o refluxo.
- Uso de cigarro.
- Refeições volumosas, principalmente antes de deitar, que enchem o estômago e facilitam o retorno do conteúdo para o esôfago.
- Bebidas como álcool, café, chimarrão, chá mate, chá preto e refrigerantes.
- Comidas ácidas, gordurosas, muito temperadas ou chocolate.
Como diagnosticar o refluxo?
Geralmente não precisamos de exames complementares. Porém, em pacientes com mais de 40 anos, com sinais de alarme ou persistência dos sintomas mesmo após o tratamento, pode ser necessária a realização de uma Endoscopia Digestiva Alta. Sinais de alarme incluem dificuldade para engolir, perda de peso não intencional e anemia. Esses podem ser indicativos de alguma doença mais grave do tubo digestivo, como câncer, por isso é importante investigar.
Como tratar o refluxo?
No tratamento do refluxo, antes de pensar em remédios, é necessário que você, paciente, faça a sua parte. Inicialmente, é importante investir em perda de peso, atividade física, parar de fumar e reduzir o consumo de álcool, café e refrigerantes. Ter uma alimentação balanceada em qualidade e quantidade também é essencial. Além disso, é recomendado elevar a cabeceira da cama e não deitar logo após as refeições. É preciso identificar quais alimentos causam os seus sintomas – isso pode ser muito pessoal – e restringir a sua ingestão.
Muitos pacientes se beneficiam do uso dos chamados “Inibidores da Bomba de Prótons“, como omeprazol, pantoprazol, dexlansoprazol, esomeprazol, entre outros. Esses medicamentos ajudam a reduzir a produção de ácido no estômago, aliviando os sintomas do refluxo. No entanto, a doença do refluxo é algo importante, que impacta a sua qualidade de vida e deve ser tratada com a seriedade adequada. Se as medidas recomendadas não trouxerem melhora, em casos específicos, pode ser necessário realizar uma cirurgia para corrigir esse defeito.
Consulte seu médico para saber qual o melhor tratamento para a sua situação. Lembre-se de que a sua saúde é o que mais importa. Não deixe de buscar ajuda médica e siga as orientações para ter uma vida livre dos incômodos causados pelo refluxo.