O que é?
A angina, também conhecida como angina pectoris, é uma condição que causa dor ou desconforto no peito. Essa dor ocorre quando o músculo cardíaco (miocárdio) não recebe oxigênio suficiente através do fluxo sanguíneo, geralmente devido ao estreitamento ou bloqueio das artérias coronárias. Embora a angina não seja uma doença, ela é um sinal de que o coração pode estar sobrecarregado e pode indicar a presença de doença arterial coronariana (DAC). A angina é classificada principalmente em dois tipos: angina estável e angina instável, cada uma com características e riscos diferentes.
Sintomas
A dor no peito causada pela angina é frequentemente descrita como uma sensação de aperto, pressão, queimação ou peso. Os sintomas comuns incluem:
- Dor ou desconforto no peito: Geralmente ocorre no centro ou no lado esquerdo do peito. Pode durar de alguns minutos a 30 minutos e, frequentemente, é desencadeada por atividade física ou estresse emocional.
- Dor irradiada: A dor pode se estender para os ombros, braços, pescoço, mandíbula ou costas.
- Falta de ar: Sensação de dificuldade para respirar, que pode acompanhar a dor no peito.
- Náuseas ou vômitos: Desconforto gástrico pode ocorrer junto com a angina.
- Fadiga: Sensação de cansaço ou fraqueza, especialmente após atividade física.
- Tontura ou vertigem: Sensação de desequilíbrio ou desmaio iminente.
Tipos de Angina
- Angina Estável:
- O que é?: A angina estável é o tipo mais comum e ocorre de forma previsível, geralmente durante atividade física ou estresse emocional. Ela é aliviada com repouso ou medicação, como nitratos.
- Sintomas: A dor dura poucos minutos e cessa com repouso ou tratamento. É um sinal de que o coração está trabalhando mais do que o normal, mas a condição geralmente é gerenciável.
- Risco: Embora menos urgente, a angina estável indica a presença de doença arterial coronariana e exige tratamento para prevenir a progressão da doença.
- Angina Instável:
- O que é?: A angina instável é mais grave e ocorre de forma imprevisível, sem ser necessariamente desencadeada por esforço físico. A dor pode aparecer em repouso e não ser aliviada com repouso ou medicação.
- Sintomas: A dor no peito é mais intensa e duradoura, podendo durar mais de 30 minutos. Pode ser um sinal de que um ataque cardíaco está prestes a ocorrer.
- Risco: A angina instável é uma emergência médica que requer tratamento imediato, pois indica que o fluxo sanguíneo para o coração está gravemente comprometido.
- Angina de Prinzmetal (Angina Variante):
- O que é?: Este tipo de angina é causado por um espasmo nas artérias coronárias, que temporariamente reduz o fluxo sanguíneo para o coração. O espasmo pode ocorrer em repouso e geralmente à noite ou de manhã cedo.
- Sintomas: A dor é intensa e ocorre de forma súbita. Pode ser aliviada com medicamentos que relaxam as artérias, como nitratos ou bloqueadores dos canais de cálcio.
- Risco: Embora não seja frequentemente associada a um ataque cardíaco iminente, requer tratamento para controlar os espasmos arteriais e prevenir complicações.
Causas
A angina é geralmente causada por aterosclerose, uma condição em que as artérias coronárias são estreitadas ou bloqueadas por placas de gordura, colesterol e outras substâncias. As causas e fatores de risco incluem:
- Doença Arterial Coronariana (DAC): A aterosclerose nas artérias coronárias é a causa mais comum de angina.
- Hipertensão Arterial: Pressão alta força o coração a trabalhar mais, aumentando a demanda de oxigênio.
- Diabetes Mellitus: A glicose elevada no sangue pode danificar as artérias e contribuir para a formação de placas.
- Hiperlipidemia: Níveis elevados de colesterol LDL (ruim) no sangue promovem a formação de placas.
- Tabagismo: Fumar danifica as artérias e acelera o processo de aterosclerose.
- Obesidade: Aumenta o risco de hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana.
- Sedentarismo: A falta de atividade física contribui para o aumento de peso e outros fatores de risco cardiovasculares.
- Ansiedade (TAG): Pode desencadear espasmos nas artérias coronárias e aumentar a pressão arterial.
Complicações
A angina, especialmente a angina instável, pode levar a várias complicações graves se não for tratada:
- Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): A progressão da angina instável pode resultar em um ataque cardíaco, onde o fluxo sanguíneo é completamente interrompido para uma parte do coração.
- Insuficiência Cardíaca: O coração pode enfraquecer com o tempo devido à falta de oxigênio, comprometendo sua capacidade de bombear sangue de forma eficaz.
- Arritmias: Batimentos cardíacos irregulares podem ocorrer devido à redução do fluxo sanguíneo, aumentando o risco de complicações fatais.
Diagnóstico
O diagnóstico da angina envolve uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e testes de esforço. As principais ferramentas diagnósticas incluem:
- Histórico médico e exame físico: Avaliação dos sintomas, fatores de risco e histórico familiar de doenças cardíacas.
- Eletrocardiograma (ECG): Registra a atividade elétrica do coração e pode mostrar alterações durante episódios de dor torácica.
- Teste de esforço: Avalia como o coração responde à atividade física, ajudando a identificar a angina estável.
- Ecocardiograma: Usa ultrassom para criar imagens do coração, permitindo avaliar a função cardíaca e identificar áreas de fluxo sanguíneo reduzido.
- Angiografia coronária: Um exame de imagem que visualiza as artérias coronárias e identifica bloqueios ou estreitamentos.
- Tomografia Computadorizada (TC) cardíaca: Pode ser usada para avaliar a presença de placas nas artérias coronárias.
Tratamento
O tratamento da angina visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações graves. As abordagens incluem:
- Mudanças no estilo de vida:
- Dieta saudável: Reduzir o consumo de gorduras saturadas e trans, aumentando a ingestão de frutas, vegetais e grãos integrais.
- Atividade física: Exercícios regulares, sob orientação médica, ajudam a melhorar a circulação e fortalecer o coração.
- Saúde Mental: Tratar, principalmente casos de Transtorno de Ansiedade Generalizada, pode reduzir ou até resolver os quadros anginosos.
- Cessação do tabagismo: Parar de fumar melhora a saúde das artérias e reduz o risco de progressão da angina.
- Medicamentos:
- Nitratos: Relaxam as artérias e aumentam o fluxo sanguíneo para o coração, aliviando a dor torácica.
- Betabloqueadores: Reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial, diminuindo a demanda de oxigênio pelo coração.
- Bloqueadores dos canais de cálcio: Relaxam os vasos sanguíneos e reduzem a pressão arterial.
- Aspirina: Previne a formação de coágulos, reduzindo o risco de ataque cardíaco.
- Estatinas: Reduzem os níveis de colesterol LDL, retardando a progressão da aterosclerose.
- Procedimentos médicos:
- Angioplastia com colocação de stent: Um balão é usado para abrir a artéria estreitada, seguido pela colocação de um stent para manter a artéria aberta.
- Cirurgia de revascularização do miocárdio (bypass): Cria novos caminhos para o sangue fluir ao redor das artérias bloqueadas.
Prevenção
Prevenir a angina envolve a adoção de um estilo de vida saudável e a gestão dos fatores de risco:
- Alimentação balanceada: Ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e com baixo teor de gorduras saturadas.
- Exercício regular: Pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.
- Manter um peso saudável: Reduzir o risco de hipertensão e diabetes.
- Parar de fumar: O tabagismo é um dos principais fatores de risco modificáveis para a angina e doenças cardíacas.
- Gerenciamento do estresse e da Ansiedade: Técnicas de relaxamento podem ajudar a reduzir o risco de episódios de angina.
- Monitoramento regular da saúde: Exames de rotina para monitorar pressão arterial, níveis de colesterol e glicose no sangue.
Como abordamos via Telemedicina
A telemedicina desempenha um papel fundamental na gestão da angina, proporcionando acompanhamento contínuo e intervenções rápidas:
- Consultas virtuais: Facilita o acompanhamento regular e ajustes no tratamento sem a necessidade de deslocamento frequente.
- Monitoramento remoto: Dispositivos vestíveis podem monitorar a pressão arterial, frequência cardíaca e outros parâmetros, enviando dados diretamente ao médico.
- Educação do paciente: A telemedicina permite a educação contínua sobre a condição, ajudando os pacientes a entenderem os sinais de alerta e a importância da adesão ao tratamento.
- Intervenções rápidas: Pacientes podem entrar em contato com um médico rapidamente em caso de sintomas suspeitos, garantindo uma resposta ágil e apropriada.